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Panorama do Comércio no RS: incertezas e desaceleração condicionam o mercado

Dados de vendas do comércio, divulgados pelo IBGE, ainda não permitem um balanço do setor em 2022, mas, com os resultados de novembro, chegam perto disso

Na comparação entre novembro e o mês anterior, o comércio varejista apresentou recuo de 0,6% – o mesmo resultado apresentado pelo varejo ampliado. A avaliação da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, é de que esses números sugerem um impacto menor da Black Friday sobre as vendas.

“Apesar do resultado mensal negativo, o setor do comércio registrou a criação de 106 mil vagas pelo em novembro. Esse foi o melhor resultado mensal desde o início de 2022, e o melhor resultado entre os setores da economia. Atrás do comércio, o setor de Serviços registrou a criação de 92 mil vagas”, afirmou o presidente da entidade, Ivonei Pioner.

No acumulado do ano, isto é, na comparação entre o período que vai de janeiro a novembro de 2022 e o mesmo período de 2021, o comércio varejista registrou avanço de 1,1%, enquanto o varejo ampliado registrou queda de 0,6%. Essa diferença ocorre porque o varejo ampliado incorpora as vendas de veículos, automóveis, partes e peças e materiais de construção – segmentos que vêm apresentando desempenho negativo. Sem uma variação muito atípica para dezembro, o comércio deverá encerrar o ano com crescimento próximo do observado no acumulado até novembro.

Indicador de Confiança do Comércio

O Indicador de Confiança do Comércio registrou crescimento de 2,2% na comparação entre o último resultado de 2022 e o último resultado de 2021. Na avaliação do presidente da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ivonei Pioner, a alta foi puxada por uma melhora na percepção da situação atual, enquanto as expectativas do setor recuaram. Até o final do terceiro trimestre, a confiança dos empresários do comércio apresentava tendência decrescimento, mas, a partir de outubro, o indicador recuou, refletindo incertezas sobre os novos rumos da gestão econômica.

O Indicador de Confiança do Consumidor também avançou na comparação entre dezembro de 2022 e dezembro de 2021. Porém, diferentemente do que se observa com os dados comércio, esse avanço foi liderado por uma melhora nas expectativas com relação aos próximos meses. O componente das
expectativas chegou a ultrapassar a marca dos 100 pontos, indicando que a maioria dos consumidores tem boas perspectivas.

“No cenário macroeconômico, merece destaque o fato de a inflação ter encerrado o ano de 2022 acima do teto da meta. Esse resultado já estava previsto. A novidade é que as projeções para inflação de 2023 estão sendo revisadas para cima e, com isso, os especialistas já preveem que o Banco Central deverá adiar para o terceiro trimestre de 2023 a redução da taxa SELIC”, complementa Pioner.

Diante desse quadro, mais do que nunca, a apresentação de um novo regime fiscal que possa impedir o crescimento da dívida pública faz-se necessária e prioritária, de modo a evitar um novo repique da inflação e possibilitar uma queda mais célere dos juros.

Redação e coordenação: Marcelo Matusiak

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