Entidade participou de painel promovido pela CDL Estância Velha e Ivoti
Diante dos prejuízos de cerca de R$ 10 bilhões causados ao varejo pelas enchentes no Rio Grande do Sul, muitos desafios cercam os empreendedores que foram impactados pela tragédia ambiental. Mas entidades como a Federação Varejista do RS estão, desde a eclosão da crise, empenhadas em oferecer respostas a pessoas e negócios com diversas ações em curso para suplantar as dificuldades.
Esses movimentos foram debatidos durante o painel “Os Desafios dos Negócios Locais Para a Retomada do Crescimento do RS”, promovido pela CDL Estância Velha e Ivoti, terça-feira (25). No encontro, a diretora de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) da Federação Varejista, Clarice Strassburger, disse que as empresas precisam não somente de capital de giro, mas também de subsídios para isso. Assim, tem atuado institucionalmente com os governos para que a classe tenha meios ideais de se recuperar. “Postulamos junto ao governo federal linhas de crédito com subsídios, juros reduzidos e razoável prazo de carência, pois as empresas não possuem receita para iniciar os pagamentos neste momento. Além disso, solicitamos ao BNDES recursos a fundo perdido para as empresas afetadas”, comentou.
As ações da Federação incluem, também, movimentos de manutenção de emprego e renda, vital para manter a economia girando. Neste sentido, a entidade solicitou a aplicação das regras trabalhistas alternativas previstas na Lei nº 14.437/2022, aplicáveis no período da calamidade pública. Isso inclui, por exemplo, teletrabalho, antecipação de férias, redução da jornada de trabalho e de salário, suspensão temporária do contrato de trabalho, implantação do programa emergencial de manutenção do emprego e da renda, concessão de férias coletivas, entre outras. Disse, ainda, que a Medida Provisória 1.230, que instituiu apoio financeiro de auxílio às empresas, de dois meses (julho e agosto), no valor de um salário mínimo nacional por mês e que será pago diretamente aos trabalhadores com vínculo empregatício, nas cidades em calamidade ou situação de emergência, não supre a necessidade das empresas para manterem os postos de trabalho. “Como contrapartida da empresa, não pode haver demissões dos beneficiados por no mínimo dois meses após o pagamento, ou seja, até outubro. Esta medida não é o suficiente para manter os empregos, pois dois meses de auxilio não supre as necessidades das empresas”, disse, reforçando que a Federação atua junto ao Congresso Nacional e ministérios da Economia, do Trabalho e do Desenvolvimento para que mais benefícios sejam concedidos. Um dos pedidos, já solicitados pela Federação, é a reedição do BEM (Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda) nos termos vigentes na pandemia.
Clarice também falou sobre as diversas campanhas encampadas pela Federação no auxílio às vítimas e às empresas gaúchas. Citou o Reergue RS, que coleta doações por meio das CDLs associadas; e o Movimento pelo RS, realizado em parceria com a Stock Car para angariar mantimentos durante a realização das corridas pelo país. Ambos, também, incentivam a doação de recursos, via PIX, para ajudar na reconstrução da economia gaúcha. Ainda, falou sobre a parceria Associação das industrias dos móveis do RS (Movergs) para adquirir mais de 1 mil kits de móveis para doação a pequenos comércios, e da campanha de estímulo ao consumo de produtos gaúchos para fortalecer a produção e o comércio no Estado e a consequente manutenção de empregos. Ainda, ressaltou o eixo da capacitação como uma das ações da Federação para líderes e gestores das empresas, como também para as equipes, a fim de terem mais subsídios para atravessar por esse momento. Elas estão exemplificadas através da Plataforma CDL Academy, voltada a cursos online, e da realização do I Fórum Estadual do Comércio, no Clube Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre, no dia 12 de agosto. “A qualificação profissional é um dos fatores que faz a diferença para o sucesso no negócio e deve ser continuada, uma prioridade da Federação para as suas entidades e seus associados”, destacou a diretora de RIG da entidade.
Além de Clarice, o evento contou com a participação de Marco Copetti, gerente da Regional Sinos, Caí e Paranhana do Sebrae-RS; José Antonio Ribeiro de Moura, professor de Economia da Feevale; e de Rosane Kuhh e Henrique Dienstmann, diretores da CDL Estância Velha e Ivoti