Artigo de Opinião: diretor de Crescimento e Expansão de Negócios da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ricardo Bartz
Não é de hoje que o brasileiro encontra dificuldades em fechar as contas no final do mês. Mas, a cada ano, a situação tem se agravado e reflete diretamente no comércio. As estatísticas mostram a importância de olhar com atenção para o problema da inadimplência. O fenômeno é ruim tanto para o consumidor que tem o seu crédito e potencial de compra restrito, como para o empresário que vê reduzida a chance de venda, além de eventuais prejuízos no seu caixa.
Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que quatro em cada dez brasileiros adultos (40,15%) estavam com as contas negativas em janeiro deste ano. O número de inadimplentes no país voltou a crescer em janeiro de 2023 e atingiu 65,19 milhões de brasileiros. Em janeiro de 2023 o volume de consumidores com contas atrasadas cresceu 7,74% em relação ao mesmo período de 2022.
Os fatores que levam a essa realidade são muitos. Em diversos casos, o endividamento é fruto da falta de informação financeira e das dificuldades de organização das contas enfrentadas pelos brasileiros.
Diante dessa realidade, o varejista, independente do porte de seu negócio, deve tomar precauções para não sofrer com esse problema ou, pelo menos, tentar minimizá-lo. Por meio dos registros contidos no banco de dados do SPC Brasil é possível traçar um perfil de crédito do consumidor, avaliando os riscos envolvidos ao fazer algum tipo de transação comercial com ele e evitando futuros problemas.
Outro grande benefício do sistema é a confiabilidade das informações prestadas. Todos os registros são feitos com extrema segurança e precisão em relação à identidade exata do consumidor. Para tornar os dados mais precisos e confiáveis, o SPC trabalha com base no monitoramento de CPF e CNPJ que, como se sabe, são dados exclusivos e pertencentes aos bancos de dados da Receita Federal do Brasil (RFB), o que garante ainda mais autenticidade a todas as informações.
Se para o lojista a ferramenta é a solução, para o cliente o caminho para gastar dentro do seu orçamento é o desenvolvimento de programas de educação financeira ajudam as pessoas a entender melhor os conceitos de orçamento, planejamento financeiro, crédito, juros e investimentos, entre outros. Essa educação pode ser oferecida em escolas, empresas, organizações da sociedade civil e outras instituições.
É mais do que necessário desenvolver essas iniciativas a fim de que se possa crescer enquanto sociedade e ter um consumidor mais responsável. Quem tem a ganhar é a boa relação entre o cliente – que movimenta a economia no seu dia-a-dia – e o varejo, que poderá apostar numa venda mais segura.
Diretor de Crescimento e Expansão de Negócios da Federação Varejista do Rio Grande do Sul, Ricardo Bartz